sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Por que brincar?

Sabemos que brincar é uma atividade prazerosa, que enriquece o convívio familiar e, sobretudo, ajuda a criança a fazer descobertas e ampliar sua criatividade. Atualmente entendemos que por meio de jogos e brincadeiras, além de deixarmos as crianças mais felizes e ajustadas, podemos, também, favorecer sua prontidão para o aprendizado escolar e interessá-la por práticas esportivas e atividades físicas em geral. Sabemos ainda que, por meio de brincadeiras, ajudamos a criança a fortalecer sua autoestima, comportamentos saudáveis e adaptativos, o que amplia suas habilidades sociais e a capacidade de enfrentamento de eventuais desafios ou adversidades.
BRINCAR X APRENDER? OU BRINCAR PARA APRENDER!!!
Em um passado recente, o brincar chegou a ser considerado perda de tempo, uma vez que não produzia “resultados” e não preparava para o “desempenho”. As crianças eram olhadas como seres que precisavam ser “conduzidos para o futuro” e precisavam se tornar “profissionais eficientes e competitivos”!!! Então, surgiram muitas “teorias” que pretendiam transformar bebês em gênios, por meio de estimulação precoce, para serem mais inteligentes, bem-sucedidos etc.
Quando a neurociência passou a aprofundar-se no estudo do comportamento humano, começamos a descobrir que nem sempre a aquisição de informaçãoleva à competência e ao sucesso. Muitos fatores interferem positiva ou negativamente no desempenho dos seres humanos. Também o conceito de inteligência foi revisto. Modernamente sabemos que há vários tipos de inteligências ou competências: emocional, musical, linguística, espacial, interpessoal, intrapessoal, lógico-matemática etc.
Assim, se quisermos “dar um empurrãozinho” no desenvolvimento global de nossos filhos, não teremos a fórmula da inteligência, mas usaremos os novos conhecimentos para facilitar e ampliar a expansão de potenciais e habilidades dos pequenos. Pelo brincar, e apenas pelo brincar, a criança pode explorar, descobrir, generalizar e assim continuar a aprender. Dizemos que brincar permite a aquisição da principal ferramenta para viabilizar o aprendizado consistente e o desenvolvimento global: aprender a aprender…
Criatividade, capacidade de solucionar problemas e bom humor são características importantes em qualquer momento e contexto, e podemos dizer que oferecer oportunidade de desenvolvimento emocional e cultural otimizará o uso do cérebro.
O PODER DO AFETO: CARINHO, MUITO CARINHO!!!
Brincadeiras e estímulos são como “alimentos para o cérebro”. Porém, não existem estímulos capazes de colocar, sozinhos, as informações na cabeça da criança… É preciso abrir o “canal” de entrada da informação com contato, interação, sensibilidade… Brincadeiras e trocas emocionais entre as crianças e os pais e pessoas responsáveis pelos cuidados ajudam a desenvolver muito mais o cérebro do que qualquer programa pedagógico!!!
Sabemos que afeto e prazer permitem que o cérebro em construção registre as informações e faça as sinapses, ou seja, assimilem e integrem os estímulos e os transforme em capacidades funcionais. Assim, o aprendizado vai sendo construído e fixado na memória.
Pensamento e raciocínio envolvem emoção. Os comportamentos não existem sem motivação, gratificação e reforço. Como já dissemos, o cérebro não possui nenhum módulo de aprendizado automático de leitura, escrita ou raciocínio lógico-matemático; esse espaço depende de aquisições prévias que se iniciam nos primeiros dias de vida.
Pais disponíveis, brinquedos coloridos, sons agradáveis convidam à ação e, assim, nosso bebê descobrirá que sua mãozinha é capaz de mexer o chocalho, seu pezinho é capaz de chutar e que seus movimentos são acompanhados com atenção e carinho. Reforçado por nosso afeto, repetirá as tentativas de alcançar, pegar, movimentar. Por incrível que pareça, despretensiosa e alegremente estamos preparando sua coordenação para leitura, escrita e seu tão desejado sucesso.
BRINCAR não se ensina e não se aprende: PRATICA-SE!!!
ENTÃO, VAMOS BRINCAR?!
DE 0 A 3 MESES
O RECÉM-NASCIDO
Assim como qualquer filhote, o recém-nascido precisa de abrigo. Um lugar aconchegante, limpinho, gostoso e preparado com amor. Precisa também dos pais, ou um adulto de referência e presença constante, que fale com ele em tom suave e o embale cantando músicas de ninar. As principais características dessa fase são:
Ele ainda não sustenta a cabeça;
Seus movimentos são ações reflexas;
Olha para um brinquedo suspenso na direção (direta) dos seus olhos;
Fixa por algum tempo um objeto e o acompanha com o olhar  até uma curta distância;
Direciona seu olhar para um foco de luz intensa;
Move os olhos, inspecionando o ambiente, as pessoas, os objetos coloridos e sonoros;
Olha a própria mão;
Repara nos sons produzidos pela voz humana, músicas suaves e brinquedos sonoros;
Quando percebe que uma ação não intencional produz um resultado interessante, ele tenta reproduzi-la.
DICAS:
Varie o campo visual da criança no berço, mudando a sua posição. Isto irá possibilitar à criança novas percepções.
Ofereça brinquedos luminosos a uma distância de 20 centímetros aproximadamente.
Caminhe com ele no colo e mostre-lhe diferentes objetos, pessoas e paisagens, sempre nomeando e estimulando seu interesse.
Balance-o, carregue-o em posições variadas e deixe-o no berço em posições confortáveis que permita a ele ir descobrindo o próprio corpo e o ambiente.
Toque- o e massageie-o; aproveite as trocas e o banho para brincar e fornecer boas experiências. Cante, faça sons engraçados e divirtam-se.

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